Em um cenário onde cada 2,2 segundos ocorre uma tentativa de fraude no Brasil, a proteção dos dados do seu cartão tornou-se prioridade absoluta. Com recordes históricos de ataques no primeiro trimestre de 2025, entender as ameaças e adotar medidas preventivas é fundamental para evitar prejuízos e transtornos.
Nos três primeiros meses de 2025, o país registrou 3.468.255 tentativas de fraude, um crescimento de 22,9% em relação a 2024. O setor de Bancos e Cartões concentrou 54% dessas ocorrências, correspondendo a 1.871.979 ataques, o maior índice desde 2023.
Se todas essas tentativas tivessem sucesso, o prejuízo ao sistema financeiro poderia ultrapassar R$ 15,7 bilhões. Além disso, 53,8% dos brasileiros afirmam já terem sido vítimas ou conhecerem alguém golpeado com cartão, consolidando esse tipo de fraude como o mais temido pela população.
Os criminosos estão cada vez mais organizados e utilizam inteligência artificial para analisar o perfil das vítimas e adaptar a abordagem do golpe. A combinação de redes neurais com dados pessoais disponíveis online permite criar mensagens e chamadas extremamente convincentes.
Além disso, muitos ataques agora são multicamadas, começando por um e-mail falso, seguido de uma ligação, e culminando no envio de um link malicioso. Esse processo dificulta a detecção inicial e aumenta as chances de sucesso dos fraudadores.
Os impactos vão além da perda financeira imediata. Quando uma fraude ocorre, o consumidor enfrenta horas perdidas em contato com o banco, necessidade de boletim de ocorrência e possíveis bloqueios de crédito. A confiança no sistema bancário também é abalada, afetando a economia como um todo.
Para as instituições, a realização de chargebacks e ressarcimentos geram custos operacionais elevados. Sem falar no risco de perda de clientes e na necessidade de incremento de investimentos em segurança cibernética.
Para fazer frente ao aumento vertiginoso das fraudes, bancos e empresas de tecnologia investem em autenticação multifatorial e biometria. Essas soluções combinam análise de perfil comportamental, validação de geolocalização e algoritmos de machine learning para identificar ações suspeitas em tempo real.
Além disso, a adoção de metodologias antifraude em camadas inclui análise estatística de grandes volumes de dados, checagem automatizada de transações e bloqueios proativos ao detectar padrões atípicos.
Segundo Caio Rocha, Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, o setor de cartões tornou-se o epicentro dos ataques digitais e, por isso, é imprescindível investir em tecnologia de ponta e fortalecer a educação financeira para reconhecer ameaças modernas.
Consumidores bem informados são a primeira linha de defesa contra golpistas. Campanhas de conscientização e treinamentos práticos ajudam a identificar sinais de phishing, vishing e outras técnicas de engenharia social.
A evolução constante das táticas dos criminosos exige atualização frequente: o golpe de hoje pode usar robôs de voz sofisticados, deepfakes ou e-mails forjados com alta qualidade gráfica e textual.
Espera-se que o volume de fraudes digitais continue crescendo em 2025 e além, acompanhando o ritmo de transformação digital. Por outro lado, as defesas também se aprimoram, com avanços em biometria comportamental, inteligência artificial preditiva e sistemas de alerta em blockchain.
O sucesso na luta contra fraudes dependerá da colaboração entre consumidores, instituições e órgãos reguladores. Somente com ações coordenadas, investimentos contínuos e compartilhamento de informações será possível frear o avanço das fraudes no setor de cartões.
Em um momento em que a inovação tecnológica abre portas tanto para oportunidades quanto para ameaças, manter-se atualizado e adotar práticas de segurança é a melhor forma de proteger seu patrimônio e sua tranquilidade.
Referências